domingo, 25 de abril de 2010

ECO ESCURO

De tantas costas
Já nem me importo com você
Estes seus olhos tão grandes
São super-heróis invisíveis
Sempre à espreita
Desse meu esboço de corpo
De tantas portas
Já nem passo por você
Cadafalso falciforme ambulante do amor
Você só me quer torto
Você só me quer morto
Você não me quer mais
Eu peço à vida nem tão longe de mim: CIDADES!
Infortúnios do meu ser
Que nem mesmo é
Dói a angústia de você me alienar
Passarelas
Viadutos
Galerias vazias são o meu lar
Você que tanto amei odiei matei
Para viver um pouco mais
Seu couro oco é duro e não me dá passagem
Sou eco escuro sem meias mensagens
Sou esboço
Sou esboço
Sou esquina
Sou seu nada, meu amor escória
Cidade
Ciladas
Acasos previsíveis me perseguem
Com seu rastro vermelho vermute e nada anil
Você é
Eu estou.

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