sexta-feira, 22 de maio de 2009

Extrapiramidais

Meus amores deixam rastros. Joãozinho e Maria vão, mas não acham caminhos e migalhas. Sou assim, uma incógnita, até a mim mesma, um cadafalso, um simulacro, um sofrimento sudanês. Uma falta irreparável. Um membro amputado e fantasma, que dói, dói, dói, dói. Somos todos tão tolos porque nosso português é tão complexo e sex e o nosso dia a dia é torpe é dinheiro é bravata é dureza é massacrar sonhos é explodir utopias. Síndromes extrapiramidais, sei lá o que é isso, mas tenho, e muitas outras síndromes, dredomes, homens vestidos de putas lambem o sofá do chair man e sonham em se dar bemmmmmmmmmmmmm. A garotada de hoje não se contenta com pouco, e repetem letras, e reincidem em exageros e beijossssssssssssssssssssssssss. Eu? Continuo sonhando com a Cachoeira do Ferro Doido, e queda livre, e declarações tão lindas "sem você não viverei" Vouuuuuuuuuuuuuu com Vodu feira, carrinhos de bebês e Rosemarys. E esse corpo frágil que sonha em ser tratorttttttttttttttttttttttttt.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Salvador, terça feira, cinco de maio de 2009

Soltem os Trios Elétricos. Toquem Guitarras Baianas. Comam bananas. Masquem chicletes. Levantem poeiras ao som de pivetes. Não cobrem nada, nunca, de ninguém, somos, sempre, tão felizes. A cidade derrete, Salvador derrete. Não pensem que precisamos mudar. Estamos tão bem. Somos tão tolerantes. Somos tão perfeitos. Somos tão legais. Salvador derrete. Ao som de quem? Ao som da Ivete? Ao som do Chiclete? Ao som da Margareth? Ao grito do pivete? Ao som do marionete? Salvador derrete. Daniela aprecia da janela as ruas alagadas, os corpos nas valas, dores que lamas encobrirão, que não lembraremos no verão, quando cantaremos mais um refrão lalarararará "(...) atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu (...)" , "(...) nesta cidade tudo mundo é d'oxum (...)". E quando mais um corpo for enterrado, soltem o trio elétrico, e se reclamarem que não tem pão, digam pra comer brioches.