sexta-feira, 22 de maio de 2009

Extrapiramidais

Meus amores deixam rastros. Joãozinho e Maria vão, mas não acham caminhos e migalhas. Sou assim, uma incógnita, até a mim mesma, um cadafalso, um simulacro, um sofrimento sudanês. Uma falta irreparável. Um membro amputado e fantasma, que dói, dói, dói, dói. Somos todos tão tolos porque nosso português é tão complexo e sex e o nosso dia a dia é torpe é dinheiro é bravata é dureza é massacrar sonhos é explodir utopias. Síndromes extrapiramidais, sei lá o que é isso, mas tenho, e muitas outras síndromes, dredomes, homens vestidos de putas lambem o sofá do chair man e sonham em se dar bemmmmmmmmmmmmm. A garotada de hoje não se contenta com pouco, e repetem letras, e reincidem em exageros e beijossssssssssssssssssssssssss. Eu? Continuo sonhando com a Cachoeira do Ferro Doido, e queda livre, e declarações tão lindas "sem você não viverei" Vouuuuuuuuuuuuuu com Vodu feira, carrinhos de bebês e Rosemarys. E esse corpo frágil que sonha em ser tratorttttttttttttttttttttttttt.

Um comentário:

Freud disse...

Você é antes de mais nada uma excelente psicanalista de si mesma. Isso é prova de lucidez. Tragicamente, vivemos num país insano e auto-destrutivo de tão completamente invertido / pervertido / subvertido.


Mas veja o seu lado positivo: você vive sua vida plenamente. Intensamente. Por inteiro. Portanto, não há qualquer "membro amputado" aqui. Na verdade, sua existência é mais completa do que você imagina.


São os medíocres que são os verdadeiros amputados. Aqueles seres doentes / doentios que mentem para si mesmos, repetindo que "não dói, não dói, não dói, não dói..." enquanto vivem mal e morrem cedo, precocemente envelhecidos ou simplesmente assassinados nas festas de largo deles.


Para ilustrar um exemplo clássico, assista esse video de uma música clássica que é um verdadeiro exame clínico da psicopatologia psicossocial:


http://www.youtube.com/watch?v=snv9T1c3PQ0



Para tais pessoas em situação oposta á sua, o diagnóstico deles é claro: esquizofrenia incurável.