terça-feira, 21 de outubro de 2008

Amplitude da Cela

Minha garganta panela de pressão.
Derrete palavras e emoções nunca bem processadas.
Minha garganta bichinhos de Amelie Poulin.
E algumas outras bobagens
Chama todos esses bichanos de rua e esses meninos de gozo rápido
E emoções nunca bem processadas assim
Com suas cabeças de panelas de pressão
Saio machucada, e hoje é uma terça quase segunda, onde torpores devem retrair-se
E a solidão, toooooooooooooooda, deve ganhar a amplitude da cela, do céu
Porque eis que o homem achou de bem dizer a solidão
Achou de pô-la no altar dos sentimentos nobres
E eu só quero vulgarizar dores, amores também,
Até pô-los à venda, comprá-los ainda mais
E me render à mercadoria que todos sempre fomos
Sem mágoas, se culpas

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Zele por mim, oh barco ébrio

"Ah, Bahia, Bahia que não me sai do pensamento".
Bahia, que não me sai do pensamento com seus enormes pequenos tormentos.
Cartões postais, e Pelourinhos,
E pedras irregulares que tantos negros sangraram para por nos seus devidos lugares
E hoje, pedras nos cachimbos de meninos também negros querendo um lugar
Um lugar não sei se tão devido assim
Pedras ainda vão rolar nas cabeças dos negros desse lugar
Bahia que não me sai do pensamento
As fitas desse Bonfim, "Oh zelem por mim"
Agora, algemam meu punhos numa alegria já mortificada
Eu já não sou desse lugar que não me sai do pensamento
Navio atracado na baía
Zele por mim Baudelaire

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

PARES PERFEITOS




O são jorge e o dragão. O daniel e os leões. O tom e o jerry. A pepsi e a coca. O cigarro e o café. O feijão com o arroz. O queijo com a goiabada. O romeu e a julieta. A polícia e o bandido. O esperto e otário. O médico e o monstro. A bela e a fera. O escroque e o ingênuo. O tirano e o submisso. O senhor e o escravo. O passivo e o ativo. O corrupto e o apolítico. A formiga e a cigarra. A noite e o dia. O desejo e o sabor. O medo e a coragem. As palavras e qualquer coisa. Qualquer coisa e um espelho.