domingo, 16 de novembro de 2008

NO VIÉS DO ESPELHO

Você vai calçar seu par de tênis vermelho,e me dizer que tudo mudou. Por trás dos seus olhos de estrelas, estão seus óculos.
E em sua visão mais profunda mora uma insistente intolerância.

Calma, não sei se posso lhe amar.Calma, acho a "conquista" um saco. Pra se olhar no espelho não precisa estar acompanhado.

Não vou jogar fora alguns velhos escritos. Na parede da memória algumas lembranças me doem mais;é certo também o quanto paráfrases são necessárias.

Talvez, o melhor agora seja contemplar aquelas listras em blusas nas vitrines. Esperar alguma novidade, alguma moda.
Torcer pra que tudo esteja sempre bem.Quando o orgulho é o próprio umbigo, vale pouco qualquer outra vida.

Dentro do box, no banheiro,vou aplaudir qualquer outra neurose que eu tome como genialidade. Os pingos d´água vão molhar o chão do quarto. Vou sorrir a contento; lembrar o quanto é bom estar só.

Calma, não sei se posso lhe amar.
Calma, acho a "conquista" um saco.
Pra se olhar no espelho não precisa estar acompanhado.

... no viés do espelho escancara-se qualquer farsa ...

gardenia dultra, 1998.

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