domingo, 2 de novembro de 2008

METÁFRICA

Mama África que me ensinou
A viver na superfície das veias profundas da dor
Mama África te quero bem
Teu bem, também, menino que chora no peito seco da ama
Mama África não tem volta
Açoitam no lombo de nego brabo
A aids e a pneumonia branca
Quizumba, calango, quilombo

Que dançam de déu em

u

, de dor em dor
Bicho do chão, bicho da flor
Crioulo doido, crioulo bamba
Sapateando
Na fina flor do horror
Se essa dor ainda foi pouca
Se ainda lhe resta a inspiração
Se faz da morte uma criação
Não abusa, não abusa não
Que plantas irão surgir regadas por tantas lágrimas



SSA, 16/10/2001

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