terça-feira, 6 de maio de 2008

Corpo lacre

Bato de um lado pro outro Tento correr tento escapar Dessas paredes dessas correntes que laçam as minhas pernas Esqueci mas é que essa pena vai durar toda a minha vida E enquanto dela eu viver Não tenho como fugir É meu corpo meu limite no mundo Veias correntes que me prendem ao chão Tento voar através de qualquer De qualquer gozo que me faça escorregar Compulsivo compulsório Soltar a língua soltar o corpo Descarregar barreiras Essa droga de nó Esses braços que são de si mesmos algemas Essa cabeça que é sua própria forca Veias de represar velhas dores Novas formas de torturas Cabeça tonta e impensante Mas se pensa tanto faz não consegue pensar nada fora do corpo Comida dinheiro paixão remédio tristeza puteiro solidão drogas doença vida morte corpo prisão
04.12.06

2 comentários:

Lacan disse...

Alucinação perturbante: a pessoa que estranha e teme o próprio corpo como uma prisão.

Partes do corpo se revoltam contra o espírito.

Crise de pânico.

Invasão do Azul disse...

Depois que eu fiz esta prosa poética, e vi todo auquela via crucis do Ronaldo me remeteu a essa impossibilidade também. A impossibilidade do corpo. Os limites do corpo são f*. O corpo lhe essa medida dos limites, da das impossibilidades. Bem sacada sua leitura Eddie Boy