terça-feira, 15 de maio de 2007

O Vampiro de Curitiba Narra o Jogo




O VAMPIRO DE CURITIBA NARRA O JOGO
OU
A VELHA É CEGA, MAS NÃO É SURDA






Adaptado de trecho do conto "Na Pontinha da Orelha"
de Dalton Trevisan in O Vampiro de Curitiba



... e rolou, e rolaram os dois... Largou-a um instante, eeeeeeeeee, com um repelão desfez-se da camisa [sem se importar com a falta]. Mão frenética nas prendas - delicioooosas - , encontrou, encontrou [você consegue] a lasca da saia, e libeerrrta o único botão. [ele sabe,é um estrategista] um passo atrás e a saia desliza ao pé da moça. Ai, ai, ai, ai, aiaiaiaiaiaiaiaiaiaiai, NEUZA! Neuza, cheia de aflição, mas tranqüila, infalível, aflita, tranqüila, ela acerta, e geme baixinho, mas a torcida é cega, mas não é surda, e só mais uma cervejinha - Pô, por favor, por favor! PORRA FOR!
Desesperado, vitorioso, ergue-a com as duas mãos, assim cabem direitinho um no outro. O herói paira a nove centímetros do chão - como um Romário a completar seu milésimo gol. Responda depressa, quem é você? qual o seu nome? Mas antes que pudesse Ma'dona entra na sala e eles separam-se. Ma'dona, cega, e não surda, se queixa, por que estão tão quietos. Eles não podem ver, mas Ma'dona tem a boca lambuzada de cerveja e as mãos úmidas.

Nenhum comentário: