sexta-feira, 15 de abril de 2011

sem o zicartola

disseram que você tava por aí, andando pelo zicartola
sentado de copo cheio e tripa frita no prato
de papo com uma dona
que andara por aquelas bandas em busca de algum trocado
camisa aberta no peito
suor escorrendo na testa
sorriso derretendo no rosto
seu bocado de mágoa

"cabrocha, que é que tu queres, além de todas as cores?
cabrocha, de sete gatos, mil disfarces tens"

amores são sempre mil
nos ventos desses meus morros
sopros de um sorriso arredio

disseram que te viram por aí de óculos rayban na cara
chapéu pendendo pro lado
na manga, algumas cartas
nas mãos, algumas penas

"tira o teu caminho da cartola
que eu quero pássaros fora do ninho
tira o teu cinismo do caminho que eu quero alardear o meu amor"

disseram que te viram por aí de saudade e adeus nos braços
sem o zicartola
sem versos no pé
com sede na alma

"se mandou, acabou o meu amor
acabou, se mandou o meu amor
sem uma palavra
sem verso no pé
sem o zicartola
sem aquela dona
sem o meu amor"

2 comentários:

Anônimo disse...

O coração pulsa e é nutrido pelo novo, pela espera de que algo aconteça e nos tire dessa marasmo e do peso da existência vã. A vida pede pelo efémero, pelo que deixa eternas lembranças, porque aquilo que é lembrado, tornar-se-a eterno.
M. Ribeiro

Unknown disse...

há! parabéns pra vc! rsrrs