sexta-feira, 8 de maio de 2009

Salvador, terça feira, cinco de maio de 2009

Soltem os Trios Elétricos. Toquem Guitarras Baianas. Comam bananas. Masquem chicletes. Levantem poeiras ao som de pivetes. Não cobrem nada, nunca, de ninguém, somos, sempre, tão felizes. A cidade derrete, Salvador derrete. Não pensem que precisamos mudar. Estamos tão bem. Somos tão tolerantes. Somos tão perfeitos. Somos tão legais. Salvador derrete. Ao som de quem? Ao som da Ivete? Ao som do Chiclete? Ao som da Margareth? Ao grito do pivete? Ao som do marionete? Salvador derrete. Daniela aprecia da janela as ruas alagadas, os corpos nas valas, dores que lamas encobrirão, que não lembraremos no verão, quando cantaremos mais um refrão lalarararará "(...) atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu (...)" , "(...) nesta cidade tudo mundo é d'oxum (...)". E quando mais um corpo for enterrado, soltem o trio elétrico, e se reclamarem que não tem pão, digam pra comer brioches.

7 comentários:

Johnny Rotten disse...

DEFINITIVO.


Mais do que uma poesia genial e muito bem sacada, um desabafo contundente, uma cusparada punk, um pingo nos is — isso é a definição exata do ópio do povo.


Um povo sem vergonha, sem brios, sem caráter, sem proteína, sem cérebro, enfim, um povo tão insano e incapaz de enxergar a própria realidade deprimente em que vive como realmente é: um INFERNO.
Quanto maior a derrota do subnutrido desdentado, maior o esforço em encobrir o fracasso da falsa utopia tropical bananeira.


Quanto maior o horror, maior dever
ser o sorriso forçado e a gargalhada desesperada do infeliz para convencer a si mesmo e aos outros que é o povo mais feliz e sortudo do mundo.


Viver no inferno, como disse Simone Weil, é acreditar por engano que se vive no paraíso.

Diogo Mainardi disse...

Curioso: a verificação de palavras exibiu "marien" — lembra "matrix". Ou no caso do Terceiro Mundo, a Merdrix.


Repetindo Olavo de Carvalho: "O idiota, todo fudido, sai rindo 'ra-rara'... pra não admitir que está na maior merda."


Quem esse povo de merda pensa que está enganando? Só a si mesmo.Repetindo Angeli na saudosa revista Chiclete com Banana, o brasileiro nunca teve a capacidade de se indignar. Um calor da porra na cabeça, uma doutrinação católica e uma dieta á base de lixo, fizeram desse um povo facilmente manipulável, pronto para engolir qualquer sapo, até o último talo, sem reclamar, sem se queixar", sem nunca transparecer qualquer indignação perante a indignidade.


Perfeitos os seus achados poéticos / punks / raps:


"dores que lamas encobrirão, que não lembraremos no verão, quando cantaremos mais um refrão. Ao grito do pivete? Ao som do marionete?"


Isso se encaixa muito bem na filosofia apocalíptica-debochada das melhohres letras do Camisa de Venus. Vamos divulgar issso a eles. Marcelo Nova ficaria orgulhoso.


"atrás do trio elétrico só não vai quem NÃO morreu!" pontificou ele no saudoso programa de rádio Let's RockEm tempo: sobre o seu tiro de misericórdia na passividade bovina, na estupidez suína desse povo asinino ("E quando mais um corpo for enterrado, soltem o trio elétrico, e se reclamarem que não tem pão, digam pra comer brioches.")


lembro uma reportagem sobre o cemitério Jardim da Saudade: os túmulos são tão abandonados que na hora de um enterro, os funcionárioas ainda estão removendo um cadáver do túmulo para ser substituído por "o próximo da fila!" diante dos familiares presentes, que enquanto choram seu falecido, precisam tapar o nariz de vergonha e nojo pelo fedor de putrefação numa terra maldita onde tudo é mal-conservado.


Salvador é um lugar tão vergonhoso que nada se salva; ninguém tem conforto nem após o fim da vida e nem os mortos descansam em paz.

Olavo de Carvalho disse...

Quanto mais eu conheço os brasileiros, mais eu admiro os americanos. Na Gringolândia, a data comemorativa mais importante é o feriado da Independência. No Brasil-Maravilha, é o Carnaval. Existe toda uma galáxia de distância entre o gringo sério enrolado numa bandeira e o tupiniquim com sorriso idiota fantasiado de baiana.


O sol de Salvador derrete os miolos. E as almas. E o senso crítico.


Quem é pior? O hindu que nega a própria miséria porque "tudo é Maya, portanto ilusão" ou o muçulmano que aguenta viver no inferno á espera do paraíso dos degenerados ou o cristão de terreiro de candomblé que ilude a si mesmo repetindo que já vive no melhor dos mundos?


É incrível o esforço que esses vagabundos fazem para negar que o bobo-da-corte está nu; e faminto, e doente, e ignorante, e semi-analfabeto. O último enre os últimos, o leproso entre os párias, o excremento posando ser ouro.


É chocante como o estupefaciente da falsa alegria leva uma população a negar a realidade como um psicótico nega seu próprio mal. O baiano é antes de tudo um esquizofrênico.



É estarrecedor: não temos a capacidade de nos estarrecer.

d troi disse...

amor. perfume de gardenia.adorei a visita. aparece +. qdo eu voltar d viagem t procuro. bjs

MM disse...

seu blog é uma merda, nunca vi tanta besteira junta. entrei aqui mas me arrependi. até nunca mais.

Invasão do Azul disse...

Algumas pessoas pararam exatamente no jardim de infância da literatura, e e recorrem a palavras ditas por crinaçad teimosas birrentas e com pouco de verbalização - merda, besteira, até nunca ... O meu blog, não exige confotes, puxações se sacos.
Se é o que vd realmente sente, agradece a sinceridade, mas por que se conder por trás de um pseudônimo. E boas escolhas literárias !!!

RÁRÁ RÁRÁRÁ RÁRÁRÁ.... disse...

Marilyn Manson?!?

ficou de mal?... magoou?

volte, querida!... esse blog não pode viver sem você!

e nossas noites de sexo selvagem?
e aquela gonorréia que eu te passei? e suas hemorróidas?
não são nada pra você?

chif... você vai deixar saudades....