O MAL DO ARROGANTE É O PRESENTE DO INDICATIVO
O MAL DO VACILANTE É O PRETÉRITO IMPERFEITO
O MAL DO NOSTÁLGICO É O PRETÉRITO PERFEITO
O MAL DO DEMAGOGO É O FUTURO DO PRESENTE
O MAL DO IDEALISTA É O FUTURO DO SUBJUNTIVO
O MAL DO ENROLADO É O GERÚNDIO
O MAL DO CONTEMPLATIVO É O FUTURO DO PASSADO
O NOSSO MAL ESTÁ EM TODOSOS TEMPOS

poesia, futurismo, melancolia, psicanálise selvagem, automatismo psíquico, pulsão de amorte, blue note, rebeldia, paraísos artificiais, placebos verbais, iconoclastia, doença de escritor, plenos pulmões, utopias, distopias, desobediência civil, ruídos, dissenso, ser e estar, sim e não, clímax anti-clímax, xerox do aquário, bibelôs lunáticos, esquema chet baker, teimosia, arrogância, simplicidade, panfletos, nihilismo, omissões
sábado, 18 de agosto de 2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Cardumes de gestos

Dia a dia a face que muda lentamente
Segue rápido nas trilhas por cardumes de gestos
(indigestos?)
O olho vai câmera lenta percebendo atos abruptos
Ninguém sabe quem inventou velhos pactos
Mas todos pretendemos fechá-los a-mi-ga-vel-men-te
Viver como se quer é mais difícil quando não se sabe
Mas talvez saberemos um dia
De incertezas em incertezas o que é mais forte vai se implantando de vez
E os olhos vão vagueando
Achando que tem horizontes
A outra ponta de areia nunca veremos no mar
E mais distante que tarde
As metas não serão alcançadas
Colecionando idéias
O dicionário não oferece a melhor palavra
No armário, as coisas
Estão protegidas do uso e de nós
E por isso estamos a procurá-las
Somos uma ameaça?
Somos uma ameaça!
E crentes nisto seguiremos (em frente?) fortes como um líder cheio de infiéis parceiros
De manhã o passo é firme
Mais tarde um pouco, há fome
A fome é forte
Lá pela tarde (lapela à parte)
O sono é certo
E voltamos cabisbaixos para a cama
Imóvel um homem finge sofrer tentando alegrar-se
Não é uma idéia absurda, parece que é isso que delas queremos
Um outro homem finge ser herói
Fala como um rei, exercita-se como apolo
Mas esses dois homens estão juntos e somente existem por se ignorarem mutuamente
O toque no braço imóvel fará o pé arrastar-se
Atrito, areia e carne marcarão para sempre as calçadas
Não tem fama certa
E se você não sabe
Quem mama chora
E ainda que piegas
Pagaremos o ingresso pra ver
Pois só vive quem mata pra comer
Senão uma planta, um gesto
Senão uma ave,uma dor
Senão uma ovelha, um pária
Senão o amor,um humano
E ainda que óbvio é preciso ser dito o patético
E essa palavras se dissolverão
Como todo ar no sólido
Catando fragmentos teremos de novo o velho todo
Vamos acenar eufóricos
Como se fosse uma surpresa
Como uma criança que finge não ver a outra
Brincando de se esconder
E assim saudaremos o dia
Saudaremos o ano
Saudaremos o milênio
Nesses cacos de eras
Somos ao acaso
(junho de 2001, em homenagem ao novo milênio)
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